terça-feira, 29 de março de 2011

Quando eu tinha 15 anos ...

Fazia terapia pisicologica, e hoje eu achei o laudo dessa terapia, o laudo diz...

" Cláudia foi encaminhada pelo CAPS (Clinica Pisicologica) após tentativa de suicídio. Mãe está ciente das dificuldades apresentadas pela adolescente.
Nas primeiras sessões de avaliação a examinada demonstrou excessiva tensão, agitação, ansiedade, autoestima negativa, pensamento auto-destrutivo e revolta em relação à sua mãe. Passado o período de observação lúdica, procedeu-se Á aplicação dos testes buscando a investigação dos campos de percepção familiar, personalidade, inteligência.
Na avaliação da percepção familiar, demonstrou não possuir boa concepção sobre sua família de origem, pois acrescenta outros personagens tais como tios (Tião e Paulo), primos (Dayara e Néia), padrinhos (Dulce e Belmont) e outros. Sente-se desvalorizada, apresenta conflitos típicos da fase de desenvolvimento em que se encontra. Demonstra em sua produção sentimentos de distanciamento e percebe isolamento entre os membros da família, a falta de ressonância afetiva por parte da figura paterna, além de hostilidade e conflito. Contudo, possui sentimento de pertinência e de fazer parte da família. A idealização da presença de um irmão, teria a função de dividir as atenções, cobranças e preocupações que são lhe impostas como filha unica.
A avaliação de personalidade foi realizada por meio da observação e da aplicação dos testes. Possui visão pessimista das situações, sentimentos de medo, necessidades de apoio, dependência e intenso desejo de mudança da realidade. Desejo de relacionamento amoroso idealizado (relacionado a seu período de adolescência). Tem dificuldades de entrar em contato com os conflitos e elaborá-los. Demonstra ter compaixão e ternura com pessoas indefesas. Mostra-se confiável e amorosa. Admiti inferioridade, erro e fracasso. Aceita passivamente forças externas (desaforos, castigos e culpa). É vaidosa, denotando desejo de impressionar (exibicionismo), ser ouvida e vista (gosta de fascinar, dramatizar, como forma de entreter as pessoas). Tende a não persistir quando algo lhe parece dificil. É insegura, sente-se inferior, isolando-se socialmente (como fuga para lidar com seus sentimentos). Usa fantasia para deformar a realidade, suprindo seu desejo de realização. É ansiosa (desejo de conseguir facil e rapidamente as coisas). Apresenta vitalidade sexual, o que pode gerar ansiedade e culpa com relação aos pensamentos e fantasias. 
A avalição da inteligencia foi investigada por meio da aplicação do Teste WISC III. Pode-se constratar que a examinada encontra-se acima da média quanto aos aspectos intelectuais quando comparada ás pessoas de sua faixa etária, não apresentando dificuldades de aprendizagem que comprometam sua adequação escolar.
Em realação à medida de intensidade de depressão, após aplicação do BDI, demonstra sentir-se culpada em grande parte do tempo, sendo critica em relação a suas falhas. Eventos antigos que supostamente a aborreciam, atualmente não causam o mesmo efeito. Percebe mudanças em relação a sua aparencia, porém julga-as pouco atrativas. Os resultados indicam nível mínimo de depressão, adequado ao seu processo de desenvolvimento atual. 
Quanto ao desenvolvimento das habilidades sociais por meio da aplicação do teste IHS, demonstra que a examinada tem maior dificuldade em lidar com situações sociais, neutras de aproximação (em termos de afetos positivos ou negativos, com risco de reação indesejavel, com dificuldade em expressar desagrado ou raiva, não demonstra ter habilidade em termos de controle sobre os próprios sentimentos negativos, lidando de forma inadequada com críticas, chacotas e brincadeiras ofensivas. Os demais fatores estão dentro da média desconsiderando assim uma análise mais apurada dos fatos. 
Conclusão:
Através dos dados analisados no psicodiagnóstico não foram verificados indícios de comprometimento intelectual, porém, dificuldades de ordem social e afetiva, pensamento autodestruitivo e sentimentos de inferioridade, que podem vir a comprometer sua adequação quanto aos comportamentos esperados na adolescência.

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